O vereador André Fraga (PV) condenou a poluição das praias da região do Rio Vermelho ao Porto da Barra causada pelo desligamento temporário da estação de escoamento de resíduos da região do Lucaia. O local, que é administrado pela Embasa, teve a energia interrompida nesta segunda-feira (7) por causa de uma obra realizada pela Coelba. Para o vereador, bastava que fosse instalado um gerador na estação para a situação ser resolvida. 

“Tanto a Coelba como a Embasa deveriam receber uma multa milionária pelo estrago que fizeram. Não comam peixes que foram pescados essa semana, não vão à praia, pois a Coelba e a Embasa jogaram esgoto lá, fizeram com que você fosse nadar com esgoto, cocô, saco plástico, sofá, pneu, pois eles foram incapazes de botar um gerador de energia elétrica para que esse esgoto não fosse para a praia”, disse André, em sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (9).

O vereador também reclamou da falta de aviso e fiscalização para que as praias poluídas não sejam frequentadas durante o período necessário para avaliar o impacto ambiental da ação. “As pessoas não foram informadas, seja pela Coelba, seja pela Embasa, seja pelo Inema e até mesmo a própria Prefeitura que não fez o papel de fiscalizar”, afirmou. 

Caso seja multada, essa não será a primeira vez que a Embasa tem problemas por crime ambiental na região. Em 2019, a Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) autuou a empresa justamente por causa do despejo de esgoto no mar. Na ocasião, uma fiscalização conjunta da pasta com a Secretaria de Manutenção (Seman) detectou o crime na praia que fica em frente à Rua Fonte do Boi, no Rio Vermelho. A multa por este tipo de crime era fixada em R$10 milhões, na época.

CEI

Representante na Câmara dos bairros de Stella Maris, Praia do Flamengo, Marisol, Ipitanga e região, Fraga também comentou sobre problemas recorrentes no local causados pela Coelba e Embasa.

“Diariamente temos enfrentado quedas de energia, problemas no abastecimento, lançamento de esgoto nos rios e praias. Os moradores têm feito uma série de protocolos e não têm tido respostas”, pontuou o parlamentar, que revelou ainda haver conversas na Câmara para uma abertura de uma possível Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a Coelba. 

“A Coelba foi privatizada e é um terror. A Embasa presta um péssimo serviço para a cidade. Parece que o Governo do Estado trabalha ali para levá-la a uma privatização. A gente até sabe que a Embasa, assim como a Coelba, tem um perfil de trabalhadores muito comprometidos, mas parte da diretoria não acompanha isso”, disse.