A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da bancada de oposição na Câmara Municipal de Salvador, cobrou do prefeito Bruno Reis uma comunicação informando que deixaria a cidade durante viagem ao exterior. Aladilce afirmou que “o mistério sobre a ausência do prefeito durantes os festejos juninos” só foi revelado pelas redes sociais, com foto no Vaticano, na Itália, onde ele teria um encontro com o Papa Leão XIV, na tarde de quarta-feira (25), acompanhado da família. 

A Prefeitura justificou que ele estaria “de férias”, mas Aladilce pondera que “para tirar férias, o prefeito precisaria comunicar à Câmara e passar o cargo à vice-prefeita, para manter a cidade institucionalmente representada”.

Aladilce estranhou o fato de o prefeito ter viajado para o exterior, sem nenhuma comunicação à população, justamente no período da festa mais tradicional da região Nordeste. E lembrou que a Lei Orgânica do Município prevê que as viagens sejam comunicadas ao Legislativo: “Geralmente, o prefeito solicita a autorização da Câmara para a viagem, que pode ser por motivos de interesse público ou particular. A Câmara analisa o pedido e, se aprovado, a autorização é publicada, tornando a viagem oficial”. 

Mesmo nas exceções previstas, para viagens de curta duração, inferiores a 15 dias, “é recomendável que haja alguma forma de comunicação pública sobre o afastamento”, completou a vereadora Aladilce. 

“Se o prefeito optou por viajar para o exterior e não poderia comparecer aos eventos oficiais, como os do São João da capital ou lidar com demandas administrativas urgentes, o mínimo seria ter informado à Câmara com um simples ofício e transferir a função à vice-prefeita, com a responsabilidade formal de manter a cidade representada institucionalmente, como manda a Constituição”, acrescentou.

Aladilce afirmou que, durante os festejos juninos, o prefeito se limitou a postar uma foto antiga com o filho, dentro de uma casa, vestido de colete de couro para representar um vaqueiro. Para ela, o artifício só aumentou a curiosidade das pessoas. 

“O que estavam falando é que ele teria sumido para não enfrentar a reação popular nas ruas, sobretudo dos professores há quase dois meses em greve pelo cumprimento do piso nacional da categoria”, pontuou a líder da oposição.